Conflito de interesses e mau uso de cartão corporativo: entenda os escândalos do Itaú

O Itaú enfrenta uns dias turbulentos com a divulgação de duas acusações de condutas irregulares envolvendo executivos de alto escalão. Após o caso de Eduardo Tracanella, ex-diretor de marketing demitido por uso indevido do cartão corporativo, o banco revelou neste sábado (7) que seu ex-diretor financeiro (CFO), Alexsandro Broedel, está sendo acusado de atuar em grave conflito de interesses em contratações.

A denúncia foi detalhada em uma ata de Assembleia Geral Extraordinária, assinada pelos diretores José Virgilio Vita Neto e Álvaro Felipe Rizzi Rodrigues.. O banco já comunicou os resultados de sua apuração ao Banco Central e à auditoria externa PwC.

O caso do ex-CFO Alexsandro Broedel
De acordo com o Itaú, Broedel utilizou sua posição executiva para aprovar pagamentos a um fornecedor com quem mantinha vínculos pessoais, totalizando R$ 13,25 milhões desde 2019. Os valores, segundo o banco, seguiram o seguinte cronograma:

  • 2019: R$ 1,1 milhão
  • 2020: R$ 1,7 milhão
  • 2021: R$ 3,38 milhões
  • 2022: R$ 1,85 milhão
  • 2023: R$ 3,35 milhões
  • 2024: R$ 1,87 milhão

Na investigação interna, conduzida pelo comitê de auditoria, foi identificado que parte dos pagamentos teria retornado a Broedel por meio de uma engenharia financeira envolvendo outras empresas. Embora o Itaú não tenha citado o nome do fornecedor na ata, uma ação civil protocolada pelo banco menciona a empresa de Eliseu Martins, renomado especialista em contabilidade.

O Itaú decidiu adotar todas as medidas legais cabíveis, incluindo a anulação das contas aprovadas do ex-CFO e ações judiciais para responsabilização de Broedel e do fornecedor envolvido. Segundo o banco, as irregularidades não terão impacto nos balanços financeiros da instituição.

Broedel, que atuou no Itaú de 2012 a 2024 e foi CFO entre 2021 e julho deste ano, negou as acusações, chamando-as de “infundadas”, e prometeu responder judicialmente. Ele pediu demissão em julho para assumir a chefia de contabilidade global do Santander em 2025.

Relembre o caso do CMO demitido por mau uso do cartão corporativo
Na última semana, o Itaú demitiu seu então chief marketing officer (CMO), Eduardo Tracanella, após identificar o uso indevido do cartão corporativo em despesas pessoais recorrentes. Segundo fontes próximas ao caso, o executivo realizou gastos inapropriados em diversas ocasiões, comprometendo sua posição na liderança de um dos maiores orçamentos de marketing do país.

Apesar de Tracanella afirmar que sua saída foi “planejada”, fontes revelaram que a decisão foi tomada após uma reunião da alta liderança do Itaú. O banco decidiu comunicar o caso a cerca de 400 executivos, demonstrando sua postura de tolerância zero com desvios de conduta.

Com 27 anos de carreira no Itaú, sendo seis como chefe de marketing, Tracanella era considerado um executivo bem pago e sócio do banco. “Não foi apenas um erro pontual”, comentou uma fonte, destacando que houve uma confusão frequente entre despesas pessoais e corporativas.

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