Como os carregadores por indução do seu carro podem acabar com a bateria do seu celular

Conhecidos pela praticidade do uso, os carregadores por indução têm conquistado cada vez mais adeptos. Porém, alguns especialistas alertam que essa conveniência pode ter um custo alto para o celular.

A estimativa é que o uso contínuo desse recurso possa reduzir em até 25% a capacidade da bateria em apenas um ano, afetando assim de forma direta a autonomia dos dispositivos.

Celular sendo carregado por indução no carro

Alguns modelos de carro já contam com carregador por indução para celular – Foto: Getty Images/ND

Representante de fabricante de bateria faz o alerta

O representante da CATL, uma das maiores fabricantes de baterias do mundo, Sérgio Habib, e da JAC Motors no Brasil reforça a preocupação.

Apesar de carros da montadora oferecerem carregadores por indução como parte dos equipamentos de série, o executivo ressalta que o uso em excesso desse recurso pode acelerar o desgaste da bateria do celular.

“A bateria de íon-lítio funciona com base em ciclos de carga. Cada vez que o celular é conectado ou desconectado do carregador por indução, mesmo que parcialmente, um ciclo pode ser contabilizado. Isso significa que, ao tirar o celular para atender uma ligação ou verificar uma mensagem, você pode estar, sem perceber, encurtando a vida útil da bateria”, explica Habib.

Como o calor e as trepidações afetam a bateria

Outro ponto crítico está relacionado às trepidações constantes, comuns durante a condução, especialmente em estradas mal conservadas ou ruas esburacadas. “Sempre que o celular se desloca na base de indução e o carregamento é interrompido, o ciclo é reiniciado. Esse processo acelera a degradação da bateria”, explica o especialista em baterias.

Motorista dirigindo com celular na mão

O calor é um dos fatores que podem ser um risco para a bateria do celular – Foto: Getty Images/ND

O calor também é um fator significativo. Rafael Soares, engenheiro eletrônico especializado em tecnologia de baterias, destaca que o carregamento por indução gera mais calor do que o carregamento via cabo. “O calor constante acelera as reações químicas que desgastam a bateria. Isso é ainda mais preocupante em regiões quentes ou quando o aparelho está em um local com pouca ventilação”, afirma Soares.

Esse processo de superaquecimento, combinado com os ciclos interrompidos, pode levar a perdas substanciais de desempenho. “Uma queda de 25% na capacidade significa que um celular que durava 10 horas passa a durar apenas 7,5 horas. Isso impacta diretamente a experiência do usuário”, alerta o engenheiro.

Estratégias para preservar a vida útil da bateria

Para minimizar os impactos negativos, especialistas sugerem algumas práticas simples:

  • Prefira o carregamento por cabo: Reserve o carregador por indução para situações específicas, como durante o trabalho ou enquanto dorme, quando o aparelho permanece estático.
  • Evite interromper o carregamento: Deixe o celular conectado até o fim do ciclo, sem pausas desnecessárias.
  • Monitore a temperatura: Certifique-se de que o dispositivo esteja em um ambiente arejado durante o carregamento.
  • Pratique o carregamento consciente: Mantenha a carga entre 20% e 80%, preservando a química da bateria e prolongando sua vida útil.
  • Adotando essas medidas, é possível aproveitar os benefícios da tecnologia sem comprometer a longevidade do seu dispositivo.
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