Cargill anuncia corte de 8 mil funcionários em meio à crise global das commodities

A Cargill, uma das maiores empresas do setor agrícola mundial, anunciou uma redução de 5% em sua força de trabalho global, equivalente a mais de 8 mil postos de trabalho. A decisão, confirmada em 3 de dezembro de 2024, faz parte de uma estratégia de reestruturação organizacional para enfrentar os desafios impostos pela queda nos preços das commodities e a volatilidade econômica global.

O CEO Brian Sikes explicou que a medida visa simplificar a estrutura da empresa, tornando-a mais eficiente e competitiva. “Precisamos adaptar nossas operações a um mercado de commodities cada vez mais complexo e volátil”, afirmou Sikes. A reorganização, segundo ele, é uma resposta direta aos custos elevados e à redução significativa das margens de lucro.

Commodities em queda e desafios globais

O cenário econômico global tem pressionado o setor agrícola. Produtos como trigo, milho e soja registraram quedas expressivas, com o trigo e o milho atingindo os menores preços em quatro anos. Essa desvalorização impactou diretamente as receitas da Cargill, que viram seus números caírem de US$ 177 bilhões para US$ 160 bilhões no último ano fiscal.

Além disso, instabilidades políticas e a continuidade da guerra na Ucrânia têm intensificado as dificuldades para o mercado de commodities, afetando a logística, a oferta e os custos operacionais.

A reestruturação da Cargill terá foco em áreas administrativas e operacionais, com a eliminação de camadas hierárquicas e redistribuição de responsabilidades. A empresa pretende otimizar seus processos e reduzir custos, preparando-se para enfrentar o novo cenário global.

Os cortes devem ser implementados gradualmente, e a empresa iniciará reuniões com os funcionários afetados em 9 de dezembro, a fim de detalhar os próximos passos.

Impactos nos trabalhadores e no mercado agrícola
Com mais de 160 mil funcionários distribuídos globalmente, os cortes afetam não apenas a Cargill, mas também as economias locais onde a empresa opera. Sindicatos já demonstraram preocupação com os reflexos sociais e econômicos das demissões, especialmente em regiões altamente dependentes da presença da companhia.

Além da Cargill, outras gigantes do setor, como a Archer-Daniels-Midland (ADM), também enfrentam dificuldades semelhantes. A crescente competição no setor agrícola exige adaptação rápida e foco em inovação para manter a competitividade.

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