Agronegócio e Geopolítica: Marcos Troyjo analisa desafios e oportunidades

O Brasil está em um momento decisivo no cenário global, com oportunidades para se firmar como líder em segurança alimentar e economia verde, mas enfrenta obstáculos como alta carga tributária, infraestrutura insuficiente e críticas sobre práticas sustentáveis. Esses pontos foram debatidos por Marcos Troyjo, ex-presidente do Banco dos BRICS, no programa Strike da BM&C News, apresentado por Paula Moraes e com a participação do jornalista e publisher do Money Report Aluizio Falcão Filho.

Durante a entrevista, Troyjo destacou que o agronegócio brasileiro, que já foi importador líquido de alimentos até os anos 70, hoje é protagonista global. Essa transformação, segundo ele, foi possibilitada por avanços tecnológicos, aumento da produtividade e a combinação de condições climáticas favoráveis com iniciativas como as pesquisas da Embrapa.

No entanto, o Brasil ainda precisa melhorar sua imagem no exterior em relação às práticas sustentáveis, especialmente para atender aos mercados europeu e norte-americano, que têm regras cada vez mais rígidas. “O agronegócio brasileiro é uma das maiores forças no combate à fome global, mas ainda há muito a ser feito em termos de sustentabilidade”, afirmou Troyjo.

Outro tema abordado foi a dependência brasileira da China, que consome grande parte das exportações do país. Troyjo ressaltou a importância de diversificar as parcerias comerciais, explorando mercados como o indiano e expandindo as relações comerciais com a União Europeia. Ele também destacou o potencial impacto de um possível segundo mandato de Donald Trump nos Estados Unidos, alertando para mudanças geopolíticas que podem afetar o comércio global.

Aluizio Falcão Filho, complementou a discussão ao falar sobre os desafios de integrar o Brasil em cadeias globais de valor e a necessidade de fortalecer o diálogo comercial com outros países. Paula Moraes conduziu a entrevista de forma crítica e dinâmica, questionando como o Brasil pode alinhar crescimento econômico e sustentabilidade em um cenário internacional cada vez mais competitivo.

Troyjo também reforçou que o acordo Mercosul-União Europeia, pode ser um divisor de águas, permitindo que o Brasil amplie sua presença em mercados internacionais e reduza sua dependência de poucos parceiros comerciais.

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