Irmã de servidora pública que morreu após procedimento estético desabafa: ‘Dor que não consigo descrever’


Ana Elise Coelho relatou que o sentimento da família é de revolta. Polícia acredita que a vítima sofreu uma reação alérgica gravíssima ao produto aplicado em clínica de Goiânia. Ana Elise Coelho perdeu a irmã de 44 anos após procedimento estético, em Goiâinia
A irmã da servidora pública que morreu após realizar um procedimento no rosto em uma clínica estética de Goiânia disse que o sentimento da família é de revolta (veja vídeo acima). A dona da clínica onde o procedimento foi realizado, localizada no Parque Lozandes, segue presa.
“É uma dor que eu não consigo descrever, parece que alguém rasgou o nosso coração”, desabafou a irmã à TV Anhanguera.
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No relato, Ana Elise Coelho disse que a família só descobriu no hospital, que a esteticista tentou fazer uma traqueostomia em Danielle. Ela relatou que a equipe da clínica demorou a chamar o Samu e que tentaram realizar uma intervenção médica na irmã.
“Esse socorro demorou demais. Se ela tivesse chamado na hora, a Dani estava aqui com a gente agora”, lamentou Ana.
O g1 entrou em contato com a defesa da acusada para conseguir um posicionamento em relação à demora na prestação de socorro e não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Danielle Mendes Xavier de Brito Monteiro morreu após passar por um procedimento estético no rosto, em Goiânia
Reprodução/Redes Sociais
Entenda o caso
Mulher morre após procedimento estético no rosto, e dona de clínica é presa
Danielle Mendes Xavier de Brito Monteiro tinha 44 anos e atuava na Secretaria Municipal de Saúde desde 2008. A delegada do caso, Débora Melo, relatou que a vítima foi convencida a fazer o procedimento, após chegar à clínica na manhã do dia 30 para realizar uma avaliação.
Ela faleceu após a aplicação de uma substância chamada hialuronidase, na região abaixo dos olhos. De acordo com a polícia, o produto é um tipo de enzima, produzida de forma manipulada, utilizado para corrigir procedimentos feitos com ácido hialurônico.
Segundo as investigações, a servidora pública sofreu uma reação alérgica gravíssima (anafilaxia) e teve uma parada cardiorrespiratória no local. Ela foi socorrida e levada ao Hospital de Urgências de Goiás (Hugo), mas sofreu uma morte cerebral no dia seguinte, segunda-feira (1º).
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Os advogados José Patrício Júnior e Antônio Celedonio Neto, alegam que a dona da clínica possui formação em biomedicina e enfermagem. Por isso, está autorizada para realizar os procedimentos estéticos em pacientes.
Em nota, a defesa negou a afirmação da delegada de que a empresária usou na vítima um produto proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Ao g1, a Anvisa disse que “não há registro de medicamento ou produto para saúde contendo hialuronidase para finalidade de tratamento estético nem por via injetável”.
Irregularidades
O local foi interditado após serem encontrados medicamentos vencidos, anestésicos de uso hospitalar, itens cirúrgicos sem esterilização e materiais limpos misturados com materiais sujos. Confira abaixo a lista completa das irregularidades encontradas:
Execução de serviço de alta periculosidade – previsto no Código de Defesa do Consumidor.
Exercício ilegal da medicina – conforme a legislação federal, que determina que procedimentos invasivos só podem ser realizados por profissionais médicos.
Oferta de produto ou serviço impróprio ao consumo – devido ao uso de produtos vencidos e materiais sem registro na Anvisa.
Além disso, a delegada destacou que a clínica não possuía os equipamentos básicos necessários para prestar socorro em casos de uma reação alérgica grave.
“Para o caso de uma parada cardiorrespiratória é necessário que haja um desfibrilador e não havia um desfibrilador normal. Trabalhamos com esses eventos adversos na área da estética, e esse caso nos mostra que até mesmo os procedimentos mais simples trazem esse risco tremendo”, afirmou.
Débora ressaltou que só depois de todo o processo de investigação será possível concluir o grau de responsabilidade da presa em relação ao óbito de Danielle.
Danielle Mendes Xavier de Brito Monteiro morre após por procedimento estético em Goiânia, Goiás
Reprodução/TV Anhanguera
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