Payroll: Números reforçam a ideia de uma economia resiliente, diz economista

O relatório de emprego dos Estados Unidos (Payroll) referente a novembro trouxe dados mais robustos do que o mercado antecipava. Segundo a análise de William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, foram criados 227 mil postos de trabalho, enquanto a expectativa variava entre 202 e 220 mil. Esse resultado veio acompanhado de uma revisão positiva para o mês de outubro, que registrou 36 mil vagas a mais do que inicialmente divulgado.

“Os números bateram as estimativas, com a revisão dos dados anteriores para cima. Ou seja, o mercado de trabalho seguiu forte, salários um pouco maiores do que o mercado estava esperando. Então, foram números que reforçam a ideia de uma economia resiliente”, diz Castro Alves em entrevista à BM&C News.

A criação de empregos foi impulsionada principalmente pelos setores de assistência médica (54 mil vagas), lazer e hospitalidade (53 mil) e governo (33 mil). Por outro lado, o comércio varejista registrou uma perda de 28 mil postos. “A data tardia do Dia de Ação de Graças pode ter impactado a contratação em algumas lojas”, comentou Alves.

Impactos no mercado financeiro e expectativas para o Federal Reserve

A resiliência demonstrada pelo mercado de trabalho americano teve reflexos no mercado financeiro. Os yields dos títulos de dívida americana caíram, enquanto os índices acionários registraram leve alta.

Segundo Alves, o Federal Reserve não deve alterar sua estratégia de curto prazo. Ele afirmou: “Entendemos que o banco central americano deve anunciar mais um corte de juros na reunião de 18 de dezembro. Contudo, o Fed pode sinalizar uma pausa nos cortes e aguardar a evolução dos dados econômicos”. A reunião também foi significativa por atualizar projeções econômicas e incorporar expectativas após a vitória eleitoral de Donald Trump.

“A curva de juros norte-americana aponta para apenas dois cortes do Fed em 2025, um em março e outro lá para o final do ano, mesmo que, obviamente, ainda haja muita falta de visibilidade sobre o que pode acontecer lá na frente, principalmente com o Trump assumindo a presidência e podendo executar as medidas que havia prometido”, explica o estrategista-chefe da Avenue.

Setores em destaque do Payroll e desafios para o varejo

Além de liderar a geração de empregos, os setores de assistência médica e hospitalidade seguem consistentes em suas contribuições. O governo, por sua vez, ampliou contratações em áreas estratégicas. Contudo, o varejo enfrenta dificuldades, o que pode estar relacionado ao calendário e à redução do apetite por consumo em algumas regiões.

“Apesar das adversidades pontuais, o relatório demonstra que a economia americana mantém sua força e resiliência, mesmo em meio às incertezas políticas e econômicas”, concluiu Alves.


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