Dados do Banco Mundial mostram que Brasil exporta pouco em consideração ao potencial do país


O ministro das Relações Exteriores uruguaio e a presidente da União Europeia sinalizaram, nesta quinta-feira (5), que está próximo o acordo de livre comércio entre Mercosul e o bloco europeu. Dados do Banco Mundial mostram que Brasil exporta pouco em consideração ao potencial do país
Reprodução/TV Globo
Dados do Banco Mundial mostram que o Brasil exporta pouco, quando se considera o potencial do país.
A matemática é uma linguagem universal. Já as instruções em inglês são para que o material escolar fabricado no Brasil ganhe o mundo. É a estratégia da empresa para ter encomenda o ano todo.
“Eu trabalho na educação, enquanto as férias escolares aqui são em julho, e em outros países, em outros meses do ano. Então eu trabalho a sazonalidade, buscando esses mercados alternativos para que eu consiga manter a saúde financeira da minha empresa”, diz a empresária Talita Mazzi Guimarães.
O plano de expansão começou cinco anos atrás. Houve muita pesquisa de mercado, inovação e adaptação. Agora, falta vender.
“Eu tenho um produto bom, tenho interesse do mercado. Eles querem o meu material, acham incrível, mas chega na hora H, quando veem a tributação, quando veem a logística, acabam inviabilizando esse projeto por conta do preço”, detalha Talita.
O que ganha o cliente aqui ou em qualquer lugar do mundo é o preço. Só que no comércio internacional, a concorrência é muito maior. E nem sempre os produtos brasileiros são competitivos. O que é ruim não só para a empresa que quer exportar, mas para a economia do país.
Dados do Banco Mundial mostram que as exportações representam 18% do nosso PIB — que é a soma dos bens e serviços produzidos no país. A média mundial é de 29,3%.
Se a gente comparar o Brasil com nações que têm um PIB parecido, a desvantagem fica maior. Coreia do Sul, Espanha, México, Itália, Reino Unido e Canadá, por exemplo.
O professor da FGV Lucas Ferraz diz que o Brasil perde terreno lá fora porque costura poucos acordos comerciais que garantam alguma vantagem na disputa por mercado.
Produtos brasileiros ainda acabam sofrendo com as chamadas barreiras não-tarifárias impostas por outros países – como os subsídios dados a produtores locais em prejuízo dos estrangeiros. Além disso, tem os custos altos para produzir aqui dentro, que incluem impostos, burocracia e falta de infraestrutura para escoar as mercadorias.
“O chamado custo Brasil também faz parte dessa conta, digamos assim, da baixa inserção. É claro que, se o Brasil tivesse uma melhor infraestrutura, por exemplo, nós provavelmente teríamos produtos mais competitivos. Então, no final das contas, se a gente somar: poucos acordos comerciais; se a gente também considerar as barreiras não-tarifárias, você tem aí uma boa explicação, não total, mas bastante importante, para explicar o nosso nível de baixa inserção internacional”, comenta o coordenador do Centro de Negócios Globais da FGV Lucas Ferraz.
Dessa clientela não dá para abrir mão.
“O comércio internacional, no final das contas, que tipo de contribuição ele traz para o crescimento econômico? Fundamentalmente, ele aumenta a nossa produtividade. E a produtividade é o principal fator, é a principal alavanca de crescimento econômico de longo prazo”, complementa Lucas Ferraz.
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