Brasil registra aumento significativo nas vendas de carros eletrificados em 2024

Até o mês de outubro de 2024, o Brasil emplacou quase 140 mil carros eletrificados, entre híbridos e 100% elétricos, um número que representa um aumento significativo no mercado de veículos sustentáveis. Este crescimento foi impulsionado pela chegada de novos modelos e pelo aumento da oferta de carros com tecnologia híbrida e elétrica, o que tem atraído mais consumidores. O número de emplacamentos registrados entre janeiro e outubro deste ano já supera os 126 mil veículos vendidos no Brasil entre 2012 e 2022, o que mostra a rápida expansão deste segmento.

O aumento de vendas é notável, considerando que a soma de 10 meses de 2024 ultrapassa a quantidade de veículos eletrificados vendidos durante uma década. A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) revelou que, neste período, foram emplacados 136.767 carros eletrificados, um crescimento de 105,58% em comparação com os 66.529 veículos comercializados em 2023. Esse dado reflete uma mudança de comportamento no consumidor brasileiro, cada vez mais inclinado a investir em alternativas mais ecológicas.

Em comparação com os números históricos, a diferença é ainda mais expressiva. Entre 2012 e 2022, o Brasil teve um total de 126.513 emplacamentos de veículos eletrificados. Ou seja, em apenas 10 meses de 2024, o país registrou 8% a mais de vendas do que a soma de toda a década anterior.

Crescimento dos Carros Elétricos e Híbridos

A divisão entre os tipos de veículos eletrificados também apresenta dados interessantes. Os carros 100% elétricos, como o nome sugere, possuem um aumento expressivo de vendas. Até outubro de 2024, foram emplacados 50.787 veículos elétricos, contra 9.768 no mesmo período de 2023, representando um crescimento de 419,93%. Este salto reflete a busca por alternativas mais eficientes e com menores impactos ambientais, além da maior visibilidade de modelos como o BYD Dolphin e o Toyota Corolla Cross XRX Hybrid.

Já os híbridos, que combinam motor a combustão com motor elétrico, tiveram um aumento mais moderado, mas também considerável. Em 2024, o Brasil registrou 85.980 emplacamentos de veículos híbridos, em comparação com 56.761 no ano anterior, o que resulta em uma alta de 51,48%. A popularização dos híbridos se deve principalmente à flexibilidade oferecida por esses modelos, que podem ser abastecidos tanto com combustível convencional quanto com eletricidade, uma característica que atrai consumidores em busca de menor consumo de combustível e maior autonomia.

Em termos de participação no mercado, os carros híbridos representam cerca de 62% dos veículos eletrificados vendidos no Brasil até outubro de 2024. Essa proporção é reflexo do maior número de modelos híbridos disponíveis, com destaque para os modelos híbridos plug-in, que vêm ganhando terreno no mercado.

Carros Híbridos Plug-In: Expansão do Mercado

Entre os diferentes tipos de veículos híbridos, os híbridos plug-in (PHEV) têm mostrado o maior crescimento. A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) informou que, no acumulado de janeiro a outubro de 2024, os híbridos plug-in foram os mais vendidos no Brasil. Se em 2023 os emplacamentos de híbridos plug-in somaram 33.788 unidades, neste ano esse número aumentou para 98.396, resultando em um crescimento de 191%.

Esse aumento é um reflexo do maior interesse por veículos com maior autonomia elétrica, mas que também podem ser abastecidos por combustível tradicional, o que oferece uma flexibilidade importante para os motoristas. Além disso, os veículos híbridos plug-in permitem uma transição mais gradual para a mobilidade totalmente elétrica, uma vez que seus motores elétricos podem ser recarregados diretamente, sem a necessidade de pontos de carregamento públicos.

As montadoras têm focado esforços para expandir a oferta de híbridos plug-in, como forma de atender a essa crescente demanda. Modelos como o GWM Haval H6 PHEV têm atraído a atenção dos consumidores que buscam por carros mais eficientes e com menor impacto ambiental, sem abrir mão da praticidade de um motor a combustão.

Os Carros Eletrificados Mais Vendidos no Brasil

O mercado brasileiro de carros eletrificados em 2024 tem se caracterizado pela diversidade de modelos. Entre os mais vendidos, destacam-se os seguintes:

• BYD Song Plus: 15.701 emplacamentos
• Dolphin Mini (4 lugares): 13.056 emplacamentos
• Dolphin GS: 10.765 emplacamentos
• Toyota Corolla Cross XRX Hybrid: 10.418 emplacamentos
• GWM Haval H6 HEV: 5.635 emplacamentos
• Dolphin Mini (5 lugares): 4.764 emplacamentos
• GWM Haval H6 PHEV: 4.276 emplacamentos
• Caoa Chery Tiggo 5X e 7 Hybrid: 4.176 emplacamentos
• GWM Haval H6 PHEV 19: 4.143 emplacamentos
• GWM Haval H6 GT: 4.064 emplacamentos

Esses modelos são representativos do que o mercado brasileiro está buscando: carros mais acessíveis, com maior autonomia elétrica e que ofereçam uma boa relação entre desempenho e economia de combustível. Modelos da BYD, como o Dolphin, e da GWM, como o Haval H6, têm ganhado destaque entre os consumidores, indicando um possível cenário de maior competitividade no mercado de carros eletrificados nos próximos anos.

Perspectivas para o Mercado de Carros Eletrificados no Brasil

Com o crescimento acelerado no número de emplacamentos e a maior oferta de modelos no mercado, as perspectivas para o mercado de carros eletrificados no Brasil são positivas. O aumento na adesão a veículos sustentáveis é um reflexo de uma tendência global, impulsionada por questões ambientais, políticas públicas favoráveis e a evolução das tecnologias de baterias e recarga.

A chegada de novos modelos e o avanço das infraestruturas de recarga também são fatores importantes para o crescimento do setor. A expectativa é que, com o tempo, mais consumidores passem a adotar carros híbridos e elétricos, contribuindo para a diminuição da pegada de carbono do setor automotivo e o fortalecimento da indústria de veículos sustentáveis no país.

No entanto, o mercado ainda enfrenta desafios, como o alto custo de alguns modelos e a necessidade de expansão das redes de carregamento, especialmente em áreas fora dos grandes centros urbanos. A política de incentivos fiscais e a maior competição entre as montadoras devem ser fundamentais para garantir a continuidade do crescimento deste mercado.

Fonte: G1 e Fenabrave.

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