IPCA-15 acelera para 0,54% em outubro, acima das expectativas do mercado

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial no Brasil, registrou alta de 0,54% em outubro, após avanço de 0,13% em setembro. O resultado, divulgado nesta quinta-feira (24), superou a mediana das expectativas do mercado, que apontava uma alta de 0,51%. No mesmo período do ano passado, o índice havia subido 0,21%.

Com o resultado de outubro, o IPCA-15 acumula alta de 3,71% no ano. Nos últimos 12 meses, o índice avançou para 4,47%, acima dos 4,12% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, oito registraram aumento no mês de outubro, sinalizando uma pressão generalizada sobre os preços.

A aceleração do IPCA-15 reforça a atenção do mercado para os próximos passos da política monetária do Banco Central, especialmente diante do desafio de controlar a inflação sem comprometer a atividade econômica.

Segundo Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa, houve desvios tanto para cima quanto para baixo nas estimativas. “O maior desvio foi relacionado às passagens aéreas, que contribuíram com -10 bps no índice geral, já que esperávamos alta de 2,00%, mas houve uma queda de 11,40%.” Em contrapartida, itens como “cinema, teatro e concertos” (+5 bps) e “seguros voluntários de veículos” (+3 bps) pressionaram o índice para cima. Outros erros positivos variaram entre 1 e 2 bps.

Sanchez destacou que, apesar da surpresa baixista nas passagens aéreas, a abertura do IPCA foi qualitativamente desfavorável, refletindo-se nos núcleos, que subiram 0,43% e fizeram a métrica em 12 meses avançar de 3,6% para 3,8%. Diante desses resultados, ele avalia que o cenário reforça a expectativa de que o Banco Central eleve a Selic em 50 bps na próxima reunião. “Embora a queda nas passagens tenha trazido um efeito preliminar baixista para o IPCA fechado de outubro, acreditamos que uma revisão aprofundada nos leve a uma projeção final superior aos 0,56% estimados ontem”, afirmou Sanchez.

De acordo com o economista Maykon Douglas, a leitura do IPCA-15 de outubro não foi positiva. “Além da energia novamente mais cara, os núcleos de inflação vieram acima do projetado pelo mercado e se estabilizam em um patamar incômodo, longe da meta”, afirmou Douglas. A pressão inflacionária em diferentes frentes sugere que os desafios para manter a inflação sob controle se intensificaram.

Douglas também destacou que o Banco Central (BC) terá de adotar uma postura mais rigorosa na política monetária para enfrentar a inflação corrente e futura. No entanto, ele alerta que as pressões vindas dos preços de alimentos e energia são menos sensíveis às ações do BC. “Esses fatores serão decisivos para definir se o IPCA vai ou não estourar a meta neste ano, especialmente em função da bandeira tarifária vigente em dezembro”, concluiu o economista.

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